Gabiões - A sua história
No sector da construção tem-se assistido, a partir dos anos 90, à entrada em Portugal de novas tecnologias que facilitam e melhoram a execução de obras.
A abertura que o país deu, finalmente, à entrada de novos produtos e a possibilidade que hoje os técnicos têm de se deslocar ao estrangeiro e conhecer novas técnicas e novos produtos, faz com que cada vez mais se assista à realização de obras (públicas e privadas) com acrescentado valor tecnológico e arquitectónico.
Acontece também que algumas destas novas tecnologias são já na realidade, muito experimentadas e comprovada a sua eficácia noutros países, motivo pelo qual, a sua entrada em Portugal seja de rápida aceitação. É o caso dos gabiões, uma tecnologia centenária desenvolvida no final do século XIX pelos italianos, com o objectivo de proteger a margem de um rio perto da cidade de Bolonha. Na altura a solução adoptada foi de encher uma simples rede de aço, em forma de sacos, com uma pedra britada que se encontrava relativamente perto do local objecto da intervenção.
Na realidade a ideia surgiu copiando o que os soldados faziam nas batalhas que na segunda metade do século XIX abalaram um pouco toda a Europa. Os soldados enchiam, perto das trincheiras, cestos de vime com terra. Um sistema rápido e eficaz para se protegerem dos tiros da artilharia inimiga. Infelizmente a facilidade e rapidez de execução não permitirão, a esta técnica, posteriormente utilizada na obra de Bolonha, de se impor como definitiva. Ou seja, as obras em gabiões foram consideradas durante muito tempo como obras provisórias ou de recurso.
Os primeiros gabiões foram produzidos para as obras de defesas das margens do rio Reno em Bolonha no início do século XX.
Eram produzidos duma forma muito artesanal (como ainda hoje se produzem em alguns países menos desenvolvidos) e eram aplicados principalmente em obras hidráulicas.
Surgiram depois as obras de suporte, de revestimento de taludes (Colchões Reno) de protecção contra a queda de pedras (Rede) e, em época mais recente, os aterros reforçados (Gabiões e geogrelhas).
O objectivo de fornecer com o produto um serviço eficaz e actual, impulsionou os produtores a empenharem-se num vasto programa de pesquisa com a colaboração de Institutos Universitários e Laboratórios de internacionais.
Uma vez vencida a natural desconfiança pela utilização de um produto com base na rede de aço que durante muito tempo existiu em Portugal, o uso dos gabiões e seus derivados tem sido cada vez maior. Esta rede em malha hexagonal de tripla torção que pode, à vista desarmada, parecer de fraca resistência, é na realidade produzida em aço de qualidade e triplamente galvanizada, o que lhe confere uma elevada resistência à corrosão mesmo em presença de água (desde que não seja salina, ácida ou poluente).
O revestimento da mesma em PVC permite porém a utilização dos gabiões também em ambientes agressivos.
As características de qualidade do fio e da galvanização atendem às actuais normas europeias.